Páginas

quinta-feira, 18 de março de 2010

Reflexão na/sobre a Prática Docente - Leituras e Discussões

Nesse encontro discutimos os textos do SCHÖN e da CELANI, textos lidos em casa. Fomos orientados sobre como realizar o diário de leitura. Parte desse diário, está sendo postado aqui, a versão final, postarei semana que vem.
Algumas palavras sobre as leituras e discussões:

SHÖN, D.A.Using a reflective practicum to develop Professional skills. In. Schön, D.A. Educating the reflective practioner. San Francisco: Jossey-Bass Publishers. 1987. pp. 157-172.

O objetivo principal do texto é discutir a prática reflexiva para desenvolvimentos da habilidade profissional no contexto do profissional designer. O autor discute exatamente a questão do saber no fazer.
Apesar de falar do profissional designer, muitos dos aspectos apresentados da área artística podem ser comparados com a área de ensino. Muitos desses aspectos podem ser descritos e seguidos como técnicas, mas há outros que não podem. É nesse ponto que entra a reflexão na ação, para que a prática não se torne mecânica. O aprender no fazer é abordado no texto, o que pode ser muito bem relacionado ao ofício do professor.
Assim como o designer é um profissional com visão holística, o professor tambem deve ser e desenvolver esse olhar. Ver o aluno como um todo, como pessoa, não como cliente. Não dá pra negar quem é o aluno, sua cultura e sua história de vida.
O professor deve ser capaz de criar meios para mudar a realidade do aluno. Não adianta eu querer ensinar a ler se não mostro vontade; ensinar a ler exige ler e acreditar, até porque a gente não aprende a ler, se contamina. Devo saber quem sou e o que estou fazendo.
Shön fala ainda que a descrição é muito importante para a reflexão. Com a descrição posso me distanciar da ação e refletir se aquilo que fiz é ou não coerente. A reflexão me permite, por exemplo, ver o que os alunos entendem é diferente da intenção do professor, com a ação reflexiva, isso melhora.
Assim como o designer é um profissional criativo, o professor também deve ser. Não há receitas prontas para uma aula, não há técnicas perfeitas, o professor precisa inovar, criar, lapidar o aluno, fazendo com que esse também se torne uma pessoa reflexiva.
Apenas saber refletir não adianta, acredito que a reflexão deve andar junto da ação. Ser genuíno, mostrar quem sou e o que quero, ajuda a ter clareza no árduo ofício de ser professor. 
CELANI, M. A.A. Culturas de aprendizagem: risco, incerteza e educação. In: Magalhães, M.C.C. A formação do professor como um profissional crítico. São Paulo: Mercado de Letras. 2004. pp. 37-58.

O objetivo desse texto, direcionado a educadores (não apenas de língua inglesa) tem como objetivo principal discutir as culturas de aprendizagem na escola, tais como os riscos e a incerteza.
A autora faz um breve histórico do panorama social atual, onde uma nova maneira de pensar está sendo exigida, atividade criativa para compensar o fim da tradição, fim dos valores. Vivemos a era da informação, e se não lidarmos de forma crítica com a quantidade de informações que recebemos, acabamos bombardeados e cada vez mais confusos.
Para Celani (2004:41) a escola se move na velocidade de um carro de boi, enquanto o mundo pós-moderno está a todo vapor; a escola continua usando mapas antigos para navegar pelos novos caminhos.
A sala de aula está lotada de múltiplas culturas, tornando-se um espaço de criação, transformação, essa multiplicidade de cultura se mistura, se multiplica e cria novos espaços, novas culturas.
Para falar das culturas de ensino-aprendizagem, Celani cita Hargreaves (1994), Halliday (1994), Freire (1979) entre outros autores que afirmam que para que desapareça a cultura da incerteza, devemos ajustar a escola ao ritmo do mundo como está (moderno).
Um risco que a escola corre é o da inovação, essa incomoda, é arriscada, gera incerteza, mas permite a criação de algo novo.
Desafios são intermináveis na sala de aula, um deles é fazer com que o conhecimento trabalhado na sala de aula tenha sentido para os alunos.
Quando a escola arriscar por novos caminhos, guiando-se por mapas novos e avaliando caminhos já percorridos com velhos mapas, recebe a grande recompensa da transformação. É preciso inovar sem medo, desafiar a incerteza e até conviver com ela, transformar os riscos e as incertezas em confiança, acreditar que a educação nos leva a lugares que não existem.
Descobrir caminhos que vão além dos sonhos. Enfrentar riscos, incertezas, arriscar sempre.
A aprendizagem significativa deve estar dentro do contexto da vida do professor, devemos descobrir como dar significado a esses novos lugares aos nossos alunos. Enfrentar o medo e não perder as esperanças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...