Hoje foi o nosso terceiro encontro na Pós. Eu e todos os Professores que resolveram encarar a reflexão crítica, olhar a prática de outra maneira, descobrir que "raio de professores somos".
O ritmo anda a todo vapor. Mais um dia de leituras, discussões e reflexões.
Na aula da Beth (O componete afetivo no processo ensino-aprendizagem) conhecemos mais sobre o pensamento de Carl Rogers e a Aprendizagem Significativa (Significant Learning), assistimos a uma entrevista com Ana Gracinda Queluz Garcia, uma "discípula" de Carl Rogers, esclarecendo alguns dos conceitos trabalhados pelo autor. Com comentários e exemplos práticos, foi possível compreender que a escuta sensível deve ser sem julgamento, que nossos alunos são pessoas em construção, mas que não são pessoas inteiras, não apenas alunos.
Nos conflitos em sala de aula, em que professores se veem de mãos atadas frente a indisciplina dos alunos, falta de interesse, Ana Gracinda fala de aceitação, nesses momentos o professor deve conversar com sua turma e dizer que aceita aquela atitude, entende, mas não concorda. "Aceitar não é concordar".
Ana também fala do "Empowerment" citado por ela como Poder Pessoal, onde o conviver e o aprender andam juntos, o aprendizado deve ser autodescoberto. Segundo a entrevistada, punição, omissão e indiferença tiram o poder pessoal.
Ana fala ainda de Congruência - coerência pessoal (não fingir que agrada a indiferença do aluno). Não ajuda nada eu fingir que sou uma coisa que não sou. Carl Rogers, esse grande pensador e psicólogo muito contribuiu para as ideias educacionais dizia que o professor deve abrir os caminhos para que o aluno aprenda o que quiser. Para isso, devemos apostar o máximo de fichas em nossos alunos, dar oportunidade, renovar nossos estoques, guardar as fichas com medo do novo, só vai fazer com que fique com fichas vencidas, que de nada servirão nas apostas futuras. Dê fichas aos seus alunos e depois observe como ele irá multiplicá-las.
Foi assim que fez a professora no filme Dangerous Minds, interpretada por Michelle Pfeiffer: diante de uma turma difícil, desacreditada, utiliza a disciplina assertiva, entrega a todos a nota máxima, ficando a cargo deles manter essa nota A.
Assistimos apenas um trecho do filme, fiquei com muita vontade de vê-lo inteiro, vou acabar alugando para ver em casa. Gostei muito, lembrei do filme que assisti no Planejamento da escola ano passado Freedom Writers, filme esse que será analisado pelo meu grupo, a ser apresentado no próximo dia 25. Me vi muito nas atitudes daquela professora, procurando uma forma de chamar atenção da turma. Experimentando, sem experiência. Acima de tudo, o professor precisa ser criativo e refletir na e sobre a ação.
Na aula da tarde, discutimos os textos do PERRENOUD¹ e ROMERO², fizemos leitura e socialização das descrições de aula.
Os dois testos dialogam entre si, em ambos os textos, a prática reflexiva deve estar presente na vida do professor, que não deve jamais abandonar a prática reflexiva, mesmo quando encontrar a solução de um problema.
Refletir a prática, mas não esquecer do embasamento teórico. Conhecimentos devem ser contextualizados, mas é preciso tomar cuidado com esse contexto, até que ponto esse contexto que você julga válido é importante para o seu aluno?
Na investigação da própria prática (autobiografia) não estamos sozinhos. Há o desenvolvimento social, histórico, interações individuais no contexto cultural com outros.
Pensando nas quatro ações reflexivas, já citadas na postagem anterior e agora abordadas na leitura do texto da ROMERO, acredito que são de suma importância para minha prática. Descrever, informar, confrontar e reconstruir respondem uma série de perguntas que levam-me a refletir, permitem e provocam mudança, amplio minha visão e me coloco de forma diferente, quando me distancio das fatos, tomo consciência reflexiva, tenho a oportunidade de melhorar minha prática. Posso mudar, evoluir, acontece uma metamorfose em minha vida.
E assim vou descobrindo a cada leitura, a cada encontro, a importância da reflexão, como posso mudar ser uma educadora melhor a cada dia. Esse exercício é gratificante e posso dizer que vicia.
¹ PERRENOUD, P. A prática reflexiva no ofício de Professor: profissionalização e razão pedagógica.Trad. Cláudia Schilling - POrto Alregre: Artmed Editora, 2002
² ROMERO, T.R.S. Reflecting through autobiographies in teacher education. In. Burton, J. Quirke, P.; Reichmann, C.L & Peyton, J.K. (eds). Reflective writing: away to lifelong teacher learning. USA. TESL-EJ Puublications. 2009. Pp 82-95. Capturado em http://tesl-ej,org/books/reflective_writing.pdf em 01 de feveiro de 2010.
É lendo reflexões com esta, que a gente se renova... sente a importância da educação e só me resta agradecer e dizer: você é Professora. ric
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