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terça-feira, 8 de junho de 2010

Aviso aos Leitores

Esse blog não morreu.
Apenas está desatualizado. Por um tempo deixei de postar as reflexões das aulas, não porque parei de refletir, é que as reflexões tem tomado muito tempo.
Voltarei a publicar aqui quando tiver uma folga, quero compartilhar outras reflexões e deixá-las registradas com calma.

Até breve.

domingo, 28 de março de 2010

Reflexão Final

Ser um professor reflexivo não é tarefa fácil, requer cautela, prática e experiência. Todos os textos lidos e apresentados nos diários de leitura procuram mostrar que para desenvolver a reflexão crítica é necessário conhecer a si mesmo, ao seu público e dominar a linguagem que lhe permitirá refletir sobre a prática.
Refletir é diferente de sentar e pensar. O pensamento se esvai, fica para trás, já a reflexão permite rever a prática, reavaliar, mudar, crescer. Um profissional reflexivo estará sempre em busca de respostas aos seus conflitos diários.
O professor tem a chance de aprender muito com a prática reflexiva. Aprende a controlar seus limites, aprende a reconhecer os limites dos alunos e o que faz sentido para eles.
A incerteza acaba onde não há medo, onde reinam a esperança e a capacidade de refletir na ação. Aprender com os erros, aprender nos erros, é o primeiro passo para a transformação.

sábado, 27 de março de 2010

Diário de Leitura IV


MAGALHÃES, M.C.C. 2004. A linguagem na formação de professores reflexivos e críticos. In: M.C.C. MAGALHÃES (org.), A formação do professor como um profissional crítico. Campinas, Mercado de Letras, p. 59-85.

A autora deixa bem claro o objetivo do texto logo no título: discutir a linguagem na formação de professores como profissionais críticos e reflexivos. Inicia já com um levantamento teórico de pesquisadores que discutiram a prática reflexiva, destacando Paulo Freire e Shön, por exemplo.
A autora afirma que o trabalho do professor é complexo, as escolas tem muitas dificuldades de mudança, constantemente acontecem reformas impostas, professores são pressionados, não recebem apoio teórico, enfrentam problemas com família, comunidade e salários baixos. Magalhães (2004:61) afirma que precisa haver um “repensar da cultura escolar”, e consequentemente um repensar do currículo.
Para que haja efeito significativo nessas discussões, é necessário que o professor seja capaz de descrever, analisar e interpretar a própria prática; com a compreensão dessa linguagem, o professor conquista seu espaço para desconstrução e reconstrução.
O texto faz uma intertextualidade com o livro Formação Crítica de Educadores: questões fundamentais (LIBERALI, 2008), ambos os textos muito tem a acrescentar aos educadores que querem tornar-se reflexivos.
A decisão de ser reflexivo por si só não é suficiente, é preciso desenvolver uma linguagem adequada, utilizar instrumentos de observação, registro, confronto, reflexão e transformação. 
Penso que refletir criticamente é olhar para minha prática, fazer perguntas, encontrar respostas e dessas respostas reconstruir minha prática. Sou agente da minha ação, posso com uso da linguagem crescer e evoluir sempre.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Diário de Leitura III


LESSA, Ângela Cavenaghi; LIBERALI, Fernanda Coelho; FIDALGO, Sueli Salles – PUC-SP (LAEL). English Teaching for citizen Education: Critical Role – Taking as a Empowering Device. Teacher development. University of Kent, Canterbury,2005.


O objetivo das autoras nesse texto é discutir o contexto de cidadania e Empowerment na educação, com foco específico no ensino da língua inglesa. Partindo de experiências do Curso de Extensão “Reflexão sobre a ação” professores aprendendo e ensinando, as autoras discutem o entendimento e o desenvolvimento de cidadania em um contexto específico.
O empowerment (poder pessoal) muito difundido nas ideias de Paulo Freire, muito se relaciona com a força interna do professor, com sua ação voluntária para reavaliar sua postura como cidadão que ensina e aprende, a reflexão constante da necessidade de mudança, a forte vontade de êxito.
O professor é um ser atuante, em todos os sentidos, o conceito de citizenship discutido pelas autoras, leva a entender que o professor além de fazer parte da sociedade, deve ser um cidadão que age, capaz de refletir, confrontar e mudar.
O programa de educação continuada permite essa mudança, refletir na ação e refletir sobre a ação. O trabalho do professor é muito complexo, mas se ele consegue desenvolver a reflexão sobre sua prática, poderá tornar esse trabalho mais ddigno, menos árduo.
Já sabemos refletir, o que precisamos é desenvolver o hábito da Reflexão crítica, reflexão para a mudança, jamais acomodar com o que incomoda.

Diário de leitura II


ROMERO, T.R.S. Reflecting through autobiographies in teacher education. In Burton, J.Qyirke, P.; Reichmann, C.L & Peyton, J.K. (eds). Reflective writing: a way to lifelong teacher learning. USA. TSL-EJ Publications, 2009. Pp.82-95. Capturado em: http://tesl-ej.org/books/reflective_writing.pdf em 01 de fevereiro de 2010.

Reflecting through autobiographies in teacher education é um texto com o objetivo de refletir exatamente sobre o uso de autobiografias nos programas de educação continuada, uma abordagem feita especificamente para professores de Língua Inglesa da escola pública. Os dados do estudo (autobiografias) são de professores como eu, que estão na rede pública e passaram pela Cultura Inglesa e depois pela PUC para o programa de aperfeiçoamento linguístico e educação continuada.
O texto aborda muito história de vida e a necessidade de análise e da prática existente na vida do professor. Dessa forma, Romero dialoga com Perrenoud, uma vez que os mesmos afirmam que a prática reflexiva deve ser uma constante na vida do professor, que não deve abandonar a reflexão assim que encontra a solução para um problema que o incomoda.
Essa prática reflexiva, segundo a autora, deve existir de forma contextualizada, só refletir não resolve conflitos que enfrentamos todos os dias, a reflexão deve ser embasada na teoria, deve existir em busca de soluções.
A ideia de refletir faz pensar que estamos diante de um ofício solitário, Romero (2009:84) nos mostra que não estamos sozinhos na investigação da própria prática, há uma série de contextos envolvidos nesse processo: desenvolvimentos social, histórico, interações individuais no contexto cultural com outros, entre outros fatores que fazem parte da vida do professor.
A ação de refletir criticamente, como já afirmei, exige prática e preparo. Escolhas linguísticas fazem a diferença nesse processo e nos ajudam a refletir da maneira correta. Para isso, a autora apresenta quatro ações reflexivas (baseadas no trabalho de Freire (1970) e Smyth (1989, 1992) – que são: o descrever (descrição concreta da experiência com o máximo de detalhes e sem julgamentos, aqui respondemos a pergunta “O que aconteceu?”).
O informar é a interpretação dos fatos descritos na visão dos teóricos – “Qual o significado das ações?”. Confrontar parte para a reflexão crítica, avaliando os fatos já descritos e teoricamente interpretados: “Como me tornei assim? Quero ser assim?”. O reconstruir é a fase da renovação: “Como posso agir de forma diferente?”. Nessa estapa, o professor é capaz de controlar seus atos, refletindo na e sobre a ação.
Essas ações são de suma importância para a minha prática, respondem uma série de perguntas que levam-me a refletir, permitindo e provocando mudanças, tenho a oportunidade de ampliar minha visão e refletir sobre a minha prática.
Esse texto faz intertextualidade com o livro da Liberali (2008), que também propõe uma investigação, reflexão e transformação das ações, provocando compreensão da linguagem no contexto crítico reflexivo. A autora também fala das quatro ações reflexivas de forma clara, trazendo exemplos de descrições e análises da prática.

Diário de Leitura I


PERRENOUD, Philippe. A prática reflexiva no ofício do professor: profissionalização e razão pedagógica/Philippe Perrenoud; trad. Cláudia Shilling. – Porto Alegre: Artmed Editora, 2002. Pp. 47-70.

O objetivo do texto é discutir sobre a reflexão da própria prática e mostrar como essa deve ser o objetivo central as formação dos professores. O texto é direcionado a todos os professores da educação básica, permeando desde a formação para professores experientes até chegar nos futuros professores. O autor questiona o motivo da formação reflexiva dos professores e argumenta como garantir a eficácia na busca por essa formação inicial reflexiva.
Perrenoud (2002:48) apresenta dez argumentos que justificariam a formação reflexiva do professor. Dentre esses pontos de vista, posso dizer que a formação reflexiva muito tem a somar na formação do educador. O profissional reflexivo desenvolve a capacidade de crescer, mudar sua prática, se autoconhecer, conhecer os colegas, se profissionalizar e compensar a superficialidade da formação profissional.
Como o próprio nome diz, a prática reflexiva só se desenvolve na prática, não adianta estudar teoria sobre a prática reflexiva e quando for necessário, esquecer completamente a reflexão. Perrenoud (2002:50) ressalta que a reflexão não deve aparecer apenas para solucionar problemas, a reflexão só será meio de transformação quando se tornar um hábito.
Acredito que a reflexão crítica não se aprende em teorias. Essa prática deve ser intrínseca no ser humano, deve fazer parte do cotidiano, ser treinada todos os dias, tanto para o professor iniciante, quanto para o experiente.
A reflexão me moldará como profissional e como pessoa. Há uma frase que diz “O curioso paradoxo é quando me aceito como sou, tenho a oportunidade de mudar” (Carl Rogers). Quando reflito sobre/na prática, tenho a oportunidade de encontrar falhas e corrigí-las, consequentemente evito que apareçam novos problemas.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Reflexão na/sobre a Prática Docente - aula 6/6

"All the flowers of tomorrow are in the seeds of today".
(Provérbio Chinês)
Nosso último encontro com a professora Luciana na disciplina Reflexão na/sobre a prática docente foi com retomadas das aulas anteriores, avaliação do diário de leitura e leitura e discussão do texto de Paulo Freire: Educando o Educador. 
 A atividade de avaliar o colega foi difícil, não é fácil avaliar o colega, julgar o que ele fez e ainda atribuir uma nota. Se distanciar da pessoa, de suas dificuldades e problemas e olhar apenas o que foi produzindo, obedecendo crítérios pré-estabelecidos.
Senti uma angústia ao perceber que alguns colegas não conseguiram realizar a atividade como havia sido pedido pela professora. Me preocupei tanto com o diário de leitura, dediquei tempo, dormi mais tarde, acordei mais cedo, dediquei cada tempo livre que tinha para alcançar o objetivo. Fiquei satisfeita com a avaliação do meu colega, foi um 7,0 merecido, realmente deixei de relacionar os textos à minha prática. Por esse motivo deixei de ganhar um ponto.
No momento do feedback não consegui falar, não consegui expressar o que estava sentindo, fiquei realmente chateada com o que senti.
Quanto ao texto do Paulo Freire, não consegui contribuir para a discussão porque ainda estava tomada pelos sentimentos da atividade anterior. Meu papel na aula foi de ouvinte, e por uns cinco minutos até cochilante. Logo terei um tempo de reler o texto e tirar minhas próprias impressões atreladas ao que ouvi. Tudo o que posso dizer a respeito do texto é que o professor precisa ser ético e ter coerência naquilo que faz.

Esses encontros contribuíram muito para uma Jaqueline mais reflexiva. Me pego pensando nas aulas antes de agir, me pego mediando conflitos de forma diferente, sensata, melhorei no relacionamento com meus colegas, estou sempre provocando-os a refletir sobre mudança em vez de apenas reclamar dos alunos. Esses encontros tem influenciado minha prática, me surpreendi também ao ver que os reflexos não são apenas na escola, mas também na minha vida pessoal. Espero registrar ainda muitos avanços, esses seis encontros foram só o começo. Agradeço a Deus por mais essa oportunidade de estudar, estar no meio de pessoas onde posso aprender, compartilhar experiências, ideias e sonhos. Até o final, conseguiremos contradizer Perrenoud, nos unindo, vamos mostrar que o trabalho do professor não é solitário.
Tenho muito a crescer e melhorar, vou semeando aqui e ali, logo veremos brotar novas ideias, novas sementes.

Aula 6: Final do primeiro módulo

Hoje foi o último dia de aula dos blocos que começaram no dia 18 de fevereiro (cada bloco é formado por seis encontros). São duas disciplinas, uma pela manhã e a outra à tarde. No próximo dia 08 de abril, iniciaremos um novo módulo, com outras duas disciplinas e outras professoras.
O tempo passou muito rápido, e apesar da rapidez, parece-me que foi o dobro do tempo, em seis encontros, a sensação que tenho é que foram doze. Criamos um ambiente seguro, onde aprendemos e compartilhamos experiências, dificuldades, sentimentos e buscamos entender o que acontece conosco na sala de aula durante os outros dias da semana. Buscamos soluções, procuramos embasamento teórico, sistematizamos leituras e assim caminhamos rumo ao próximo módulo.
Infelizmente, como na maioria dos cursos, pessoas encontram pedras no caminho e precisam parar, nossa turma começou com 30 pessoas, já senti falta de umas três, quatro pessoas. Isso tudo me faz ver o tempo como um túnel muito apertado, se a força for minúscula, não conseguimos atravessá-lo.
Experimentei as mais variadas sensações na sala 201: sorri, chorei, senti frio, calor, senti dor, medo, emoção, coragem, vontade de falar, vontade de ficar calada, vontade de abraçar, de escrever, senti sono, senti sede, senti alegria, tive desânimo, depois chegou o ânimo acompanhado de esperança. Engraçado como em cada encontro eu estava sentindo algo. Um dia foi dor no olho esquerdo que estava muito irritado, outro dia foi dor de garganta, estava sem voz, outro dia foi dor no braço, no outro foi cólica, outro dia nem senti nada, apenas sorria, nesse dia eu fui eu mesma. Hoje foi dia de sentir saudade, do que já vivemos e ansiedade pelo que está por vir.

Discussões feitas na aula:
Na aula “Componente afetivo no processo ensino-aprendizagem” assistimos à apresentação do grupo que analisou o filme Take the Lead e fizemos a discussão do texto de Rebecca Oxford.
A autora inicia o texto com duas experiências opostas envolvendo estudantes e a ansiedade no processo de aprendizagem. O primeiro caso é de uma estudante que abandona o curso a se ver diante de uma situação de extrema ansiedade ao ter que apresentar um trabalho no seu curso de Russo. Ressa não tinha autoestima suficiente para vencer seus medos, eliminar a ansiedade.
O segundo caso apresentado é o de Maurice, também estudante de uma língua estrangeira diante de dificuldades com o novo idioma. O desfecho foi de sucesso porque Maurice buscou ajuda externa e estava predisposto a aprender.
No lugar da Ressa eu buscaria ajuda, tentaria multiplicar minhas fichas, resgataria minha autoestima de alguma forma, não desistiria assim tão fácil. Para nós professores, não é fácil perceber se o aluno está passando por alguma dificuldade, sofrendo algum tipo de ansiedade que atrapalha seu aprendizado. O olhar para identificar a ansiedade na sala de aula deve ser apurado, se passarmos a observar alguns aspectos, podemos ajudar o aluno a romper algumas barreiras.
Em se tratando de uma situação de aprendizagem em língua estrangeira, a ansiedade pode se manifestar com maior frequência. Quando o aluno é exposto, por exemplo, em uma situação em que tenha que falar usando a língua estrangeira, o medo logo se manifesta e junto dele outros sintomas que desencadeiam na frustração.
Quando a ansiedade atrapalha o indivíduo (como aconteceu com Ressa), é chamada de harmful anxiety, é um tipo de ansiedade negativa que afeta o desenvolvimento da aprendizagem. Em contrapartida, há a helpful anxiety. Por incrível que pareça, a ansiedade pode ser facilitadora em alguns casos, nesse caso o aluno fica em alerta e acaba se desenvolvendo, resolvendo seus conflitos, como foi a experiência de Maurice.
O conceito de autoestima é definido pela autora como “julgamento pessoal de merecimento, valor”. Ansiedade na sala de aula pode ser evitada quando o professor se propõe a ajudar o aluno. Fracassos podem ser evitados, o estudante pode aprender e ser encorajado sempre.
Há muitos meios para identificar a ansiedade na sala de aula, o primeiro passo é observar o comportamento dos estudantes. A autora cita alguns sinais que podem ser evidenciados como ansiedade: Esquecer a resposta, chegar atrasado, pouca produção verbal, despreparo para responder perguntas simples, mexer muito nos cabelos, na roupa, se envolver de forma distraída com objetos, reclamar de dor de cabeça ou dores inexplicáveis nas partes do corpo.
Outros sinais podem refletir a ansiedade, alguns podem ser notados não só nas aulas de língua estrangeira, muitos desses comportamentos tão observáveis nos alunos podem ser notados também no ensino da língua nativa. Os alunos possuem muito medo, medo de errar, de falar em público; expressam esses medos e ansiedades das mais variadas formas, ora com atitudes que chamam atenção, ora se excluindo da turma.
Não basta apenas identificar a ansiedade na sala de aula, o professor como facilitador deve agir para reduzir a ansiedade. Segundo a autora, podemos multiplicar oportunidades de sucesso na aprendizagem na sala de aula: eliminando possível clima de competição, ser claro com as metas e ajudar os alunos com estratégias, encorajar a turma, ajudá-los a relaxar com músicas, jogos, apresentar atividades variadas e principalmente ajudar os alunos a praticar autoestima... Lembrando os princípios da Aprendizagem por Carl Rogers: Jamais expor o aluno ao ridículo.
Bibliografia usada na aula:
Oxford, R. (1999a). Anxiety and the language learner: New insights (pp. 58-67). In Jane Arnold (Ed.), Affect in language learning. Cambridge, UK: Cambridge University Press.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Reflexão na/sobre a Prática Docente - Leituras e Discussões

Nesse encontro discutimos os textos do SCHÖN e da CELANI, textos lidos em casa. Fomos orientados sobre como realizar o diário de leitura. Parte desse diário, está sendo postado aqui, a versão final, postarei semana que vem.
Algumas palavras sobre as leituras e discussões:

SHÖN, D.A.Using a reflective practicum to develop Professional skills. In. Schön, D.A. Educating the reflective practioner. San Francisco: Jossey-Bass Publishers. 1987. pp. 157-172.

O objetivo principal do texto é discutir a prática reflexiva para desenvolvimentos da habilidade profissional no contexto do profissional designer. O autor discute exatamente a questão do saber no fazer.
Apesar de falar do profissional designer, muitos dos aspectos apresentados da área artística podem ser comparados com a área de ensino. Muitos desses aspectos podem ser descritos e seguidos como técnicas, mas há outros que não podem. É nesse ponto que entra a reflexão na ação, para que a prática não se torne mecânica. O aprender no fazer é abordado no texto, o que pode ser muito bem relacionado ao ofício do professor.
Assim como o designer é um profissional com visão holística, o professor tambem deve ser e desenvolver esse olhar. Ver o aluno como um todo, como pessoa, não como cliente. Não dá pra negar quem é o aluno, sua cultura e sua história de vida.
O professor deve ser capaz de criar meios para mudar a realidade do aluno. Não adianta eu querer ensinar a ler se não mostro vontade; ensinar a ler exige ler e acreditar, até porque a gente não aprende a ler, se contamina. Devo saber quem sou e o que estou fazendo.
Shön fala ainda que a descrição é muito importante para a reflexão. Com a descrição posso me distanciar da ação e refletir se aquilo que fiz é ou não coerente. A reflexão me permite, por exemplo, ver o que os alunos entendem é diferente da intenção do professor, com a ação reflexiva, isso melhora.
Assim como o designer é um profissional criativo, o professor também deve ser. Não há receitas prontas para uma aula, não há técnicas perfeitas, o professor precisa inovar, criar, lapidar o aluno, fazendo com que esse também se torne uma pessoa reflexiva.
Apenas saber refletir não adianta, acredito que a reflexão deve andar junto da ação. Ser genuíno, mostrar quem sou e o que quero, ajuda a ter clareza no árduo ofício de ser professor. 
CELANI, M. A.A. Culturas de aprendizagem: risco, incerteza e educação. In: Magalhães, M.C.C. A formação do professor como um profissional crítico. São Paulo: Mercado de Letras. 2004. pp. 37-58.

O objetivo desse texto, direcionado a educadores (não apenas de língua inglesa) tem como objetivo principal discutir as culturas de aprendizagem na escola, tais como os riscos e a incerteza.
A autora faz um breve histórico do panorama social atual, onde uma nova maneira de pensar está sendo exigida, atividade criativa para compensar o fim da tradição, fim dos valores. Vivemos a era da informação, e se não lidarmos de forma crítica com a quantidade de informações que recebemos, acabamos bombardeados e cada vez mais confusos.
Para Celani (2004:41) a escola se move na velocidade de um carro de boi, enquanto o mundo pós-moderno está a todo vapor; a escola continua usando mapas antigos para navegar pelos novos caminhos.
A sala de aula está lotada de múltiplas culturas, tornando-se um espaço de criação, transformação, essa multiplicidade de cultura se mistura, se multiplica e cria novos espaços, novas culturas.
Para falar das culturas de ensino-aprendizagem, Celani cita Hargreaves (1994), Halliday (1994), Freire (1979) entre outros autores que afirmam que para que desapareça a cultura da incerteza, devemos ajustar a escola ao ritmo do mundo como está (moderno).
Um risco que a escola corre é o da inovação, essa incomoda, é arriscada, gera incerteza, mas permite a criação de algo novo.
Desafios são intermináveis na sala de aula, um deles é fazer com que o conhecimento trabalhado na sala de aula tenha sentido para os alunos.
Quando a escola arriscar por novos caminhos, guiando-se por mapas novos e avaliando caminhos já percorridos com velhos mapas, recebe a grande recompensa da transformação. É preciso inovar sem medo, desafiar a incerteza e até conviver com ela, transformar os riscos e as incertezas em confiança, acreditar que a educação nos leva a lugares que não existem.
Descobrir caminhos que vão além dos sonhos. Enfrentar riscos, incertezas, arriscar sempre.
A aprendizagem significativa deve estar dentro do contexto da vida do professor, devemos descobrir como dar significado a esses novos lugares aos nossos alunos. Enfrentar o medo e não perder as esperanças.

Análise do Filme Freedom Writers

Analysing a film in relation to the concepts of Significant Learning and Facilitanting attitudes (Empathy - Acceptance - Genuineness)
Atividade Filme Escrita Final Com Conclusao                                                            
 

Apresentação feita pelo grupo:
Princípios da Aprendizagem Significativa no Filme Freedom Writers                                                            

Três outros grupos apresentaram análise do filme. Percebo que há muitos aspectos a serem explorados na trama, um rico exemplo dos Princípios da Parendizagem Significativa. Apesar dos grupos repetirem o filme, cada abordagem foi única, com uma nova contribuição para a reflexão.
Outro grupo apresentou análise do filme To Sir with Love (1967). Eu não conhecia o filme, apesar de antigo, os princípios da aprendizagem são facilmente identificados. Um filme riquíssimo de detalhes a serem explorados.
Um grupo apresentou análise da Sociedade dos Poetas Mortos (1989), o grupo focalizou de forma especial as atitudes facilitadoras.
O último grupo apresentou análise do filme Take the Lead (2006), um show de exemplos dos princípios da aprendizagem significativa. Vale a pena conferir cada um desses filmes e refletir sempre sobre a prática, como tornar o ensino-aprendizagem um processo significante dentro da sala de aula?
Vale a pena refletir.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Reflexão na/sobre a Prática Docente


Na aula da tarde (Reflexão na/sobre a Prática Docente) assistimos uma cena do Filme Freedom Writers (2007) com o objetivo de praticarmos a reflexão de aula (máximo de detalhes observados e sem julgamento).
Cena Filme: New Board

Alguns colegas leram suas descrições, depois a turma foi dizendo o que precisava ser melhorado. Não li meu texto para a classe, mas ouvindo o que os colegas fizeram, percebi que precisava melhorar e muito minha produção.


Leitura e Discussão
Havíamos feito a leitura do texto da Lessa(2005)em casa. Discutimos o texto, que traz o conceito de cidadania, empowerment no contexto educacional.

LESSA, Ângela Cavenaghi; LIBERALI, Fernanda Coelho; FIDALGO, Sueli Salles – PUC-SP (LAEL). English Teaching for citizen Education: Critical Role – Taking as a Empowering Device. Teacher development. University of Kent, Canterbury,2005.
O objetivo das autoras nesse texto é discutir o contexto de cidadania e Empowerment na educação, com foco específico no ensino da língua inglesa. Partindo de experiências do Curso de Extensão "Reflexão sobre a ação" professores aprendendo e ensinando, as autoras discutem o entendimento e o desenvolvimento de cidadania em um contexto específico.
O empowerment (poder pessoal) muito difundido nas ideias de Paulo Freire, muito se relaciona com a força interna do professor, com sua ação voluntária para reavaliar sua postura como cidadão que ensina e aprende a reflexão constante da necessidade de mudança, a forte vontade de êxito.
O professor é um ser atuante, em todos os sentidos, o conceito de citizenship discutido pelas autoras, leva a entender que o professor além de fazer parte da sociedade, deve ser um cidadão que age, capaz de refletir, confrontar e mudar.
O programa de educação continuada permite essa mudança, refletir na ação e refletir sobre a ação. O trabalho do professor é muito complexo, mas se ele consegue desenvolver a reflexão sobre sua prática, poderá tornar esse trabalho mais digno, menos árduo.

Já sabemos refletir, o que precisamos é desenvolver o hábito da Reflexão crítica, reflexão para a mudança, jamais acomodar com o que incomoda.

Leitura e análise do Conto Through the Tunnel - by Doris Lessing

Na aula de 11/03, lemos um conto que não conhecia até então, cheio de descobertas, conflitos e aprendizagem.

The Plot:
Jerry and his mother are on vacation at the beach. Jerry meets local boys but is rejected by them. He wants to find out what is in the deep water and what the boys can do there.

The Conflit:
Relationship between Jerry and his mother. Jerry and himself, crossing the tunnel is a challenge.

The Climax: 
Succeding in crossing the tunnel, holding his breath for two minutes.

The point of view:
Jerry's achievement is more significant to him

The Caracthers:
Jerry, Jerry's mother and local boys.

The Setting:
The beach, rocks bay, promontories, many feet bellow the water. Knowledgment.

The Theme:
Challenging yourself, learning to be yourself, learning to become autonomous.

Jerry's Experience and Significant Learning:
Jerry se autodescobriu, descobriu o novo, encarou, aprendeu, chorou. Adquiriu autonomia. Tornou-se mais forte. Descobriu que não há limites para o aprendizado.


Conto na Íntegra
By Doris Lessing
Going to the shore on the first morning of the holiday, the young English boy stopped at a turning of the path and looked down at a wild and rocky bay, and then over to the crowded beach he knew so well from other years. His mother walked on in front of him, carrying a bright-striped bag in one hand. Her other arm, swinging loose, was very white in the sun. The boy watched that white, naked arm, and turned his eyes, which had a frown behind them, toward the bay and back again to his mother. When she felt he was not with her, she swung around. "Oh, there you are, Jerry!" she said. She looked impatient, then smiled. "Why, darling, would you rather not come with me? Would you rather-" She frowned, conscientiously worrying over what amusements he might secretly be longing for which she had been too busy or too careless to imagine. He was very familiar with that anxious, apologetic smile. Contrition sent him running after her. And yet, as he ran, he looked back over his shoulder at the wild bay; and all morning, as he played on the safe beach, he was thinking of it.

Next morning, when it was time for the routine of swimming and sunbathing, his mother said, "Are you tired of the usual beach, Jerry? Would you like to go somewhere else?"

"Oh, no!" he said quickly, smiling at her out of that unfailing impulse of contrition - a sort of chivalry. Yet, walking down the path with her, he blurted out, "I'd like to go and have a look at those rocks down there."

She gave the idea her attention. It was a wild-looking place, and there was no one there, but she said, "Of course, Jerry. When you've had enough come to the big beach. Or just go straight back to the villa, if you like." She walked away, that bare arm, now slightly reddened from yesterday's sun, swinging. And he almost ran after her again, feeling it unbearable that she should go by herself, but he did not.

She was thinking, Of course he's old enough to be safe without me. Have I been keeping him too close? He mustn't feel he ought to be with me. I must be careful.

He was an only child, eleven years old. She was a widow. She was determined to be neither possessive nor lacking in devotion. She went worrying off to her beach.

As for Jerry, once he saw that his mother had gained her beach, he began the steep descent to the bay. From where he was, high up among red-brown rocks, it was a scoop of moving bluish green fringed with white. As he went lower, he saw that it spread among small promontories and inlets of rough, sharp rock, and the crisping, lapping surface showed stains of purple and darker blue. Finally, as he ran sliding and scraping down the last few yards, he saw an edge of white surf, and the shallow, luminous movement of water over white sand, and, beyond that, a solid, heavy blue.

He ran straight into the water and began swimming. He was a good swimmer. He went out fast over the gleaming sand, over a middle region where rocks lay like discoloured monsters under the surface, and then he was in the real sea - a warm sea where irregular cold currents from the deep water shocked his limbs.

When he was so far out that he could look back not only on the little bay but past the promontory that was between it and the big beach, he floated on the buoyant surface and looked for his mother. There she was, a speck of yellow under an umbrella that looked like a slice of orange peel. He swam back to shore, relieved at being sure she was there, but all at once very lonely.

On the edge of a small cape that marked the side of the bay away from the promontory was a loose scatter of rocks. Above them, some boys were stripping off their clothes. They came running, naked, down to the rocks. The English boy swam towards them, and kept his distance at a stone's throw. They were of that coast, all of them burned smooth dark brown, and speaking a language he did not understand. To be with them, of them, was a craving that filled his whole body. He swam a little closer; they turned and watched him with narrowed, alert dark eyes. Then one smiled and waved. It was enough. In a minute, he had swum in and was on the rocks beside them, smiling with a desperate, nervous supplication. They shouted cheerful greetings at him, and then, as he preserved his nervous, uncomprehending smile, they understood that he was a foreigner strayed from his own beach, and they proceeded to forget him. But he was happy. He was with them.

They began diving again and again from a high point into a well of blue sea between rough, pointed rocks. After they had dived and come up, they swam around, hauled themselves up, and waited their turn to dive again. They were big boys — men to Jerry. He dived, and they watched him, and when he swam around to take his place, they made way for him. He felt he was accepted, and he dived again, carefully, proud of himself.

Soon the biggest of the boys poised himself, shot down into the water, and did not come up. The others stood about, watching. Jerry, after waiting for the sleek brown head to appear, let out a yell of warning; they looked at him idly and turned their eyes back towards the water. After a long time, the boy came up on the other side of a big dark rock, letting the air out of his lungs in a spluttering gasp and a shout of triumph. Immediately, the rest of them dived in. One moment, the morning seemed full of chattering boys; the next, the air and the surface of the water were empty. But through the heavy blue, dark shapes could be seen moving and groping.

Jerry dived, shot past the school of underwater swimmers, saw a black wall of rock looming at him, touched it, and bobbed up at once to the surface, where the wall was a low barrier he could see across. There was no one visible; under him, in the water, the dim shapes of the swimmers had disappeared. Then one, and then another of the boys came up on the far side of the barrier of rock, and he understood that they had swum through some gap or hole in it. He plunged down again. He could see nothing through the stinging salt water but the blank rock. When he came up, the boys were all on the diving rock, preparing to attempt the feat again. And now, in a panic of failure, he yelled up, in English, "Look at me! Look!" and he began splashing and kicking in the water like a foolish dog.

They looked down gravely, frowning. He knew the frown. At moments of failure, when he clowned to claim his mother's attention, it was with just this grave, embarrassed inspection that she rewarded him. Through his hot shame, feeling the pleading grin on his face like a scar that he could never remove, he looked up at the group of big brown boys on the rock and shouted, "Bonjour! Merci! Au revoir! Monsieur, monsieur!"

Water surged into his mouth; he choked, sank, came up. The rock, lately weighed with boys, seemed to rear up out of the water as their weight was removed. They were flying down past him, now, into the water; the air was full of falling bodies. Then the rock was empty in the hot sunlight. He counted one, two, three . . . .

At fifty, he was terrified. They must all be drowning beneath him, in the watery caves of the rock! At a hundred, he stared around him at the empty hillside, wondering if he should yell for help. He counted faster, faster, to hurry them up, to bring them to the surface quickly, to drown them quickly - anything rather than the terror of counting on and on into the blue emptiness of the morning. And then, at a hundred and sixty, the water beyond the rock was full of boys blowing like brown whales. They swam back to the shore without a look at him.

He climbed back to the diving rock and sat down, feeling the hot roughness of it under his thighs. The boys were gathering up their bits of clothing and running off along the shore to another promontory. They were leaving to get away from him. He cried openly, fists in his eyes. There was no one to see him, and he cried himself out.

It seemed to him that a long time had passed, and he swam out to where he could see his mother. Yes, she was still there, a yellow spot under an orange umbrella. He swam back to the big rock, climbed up, and dived into the blue pool among the fanged and angry boulders. Down he went, until he touched the wall of rock again. But the salt was so painful in his eyes that he could not see.

He came to the surface, swam to shore and went back to the villa to wait for his mother. Soon she walked slowly up the path, swinging her striped bag, the flushed, naked arm dangling beside her. "I want some swimming goggles," he panted, defiant and beseeching.

She gave him a patient, inquisitive look as she said casually, "Well, of course, darling."

But now, now, now! He must have them this minute, and no other time. He nagged and pestered until she went with him to a shop. As soon as she had bought the goggles, he grabbed them from her hand as if she were going to claim them for herself, and was off, running down the steep path to the bay.

Jerry swam out to the big barrier rock, adjusted the goggles, and dived. The impact of the water broke the rubber-enclosed vacuum, and the goggles came loose. He understood that he must swim down to the base of the rock from the surface of the water. He fixed the goggles tight and firm, filled his lungs, and floated, face down, on the water. Now he could see. It was as if he had eyes of a different kind — fish eyes that showed everything clear and delicate and wavering in the bright water.

Under him, six or seven feet down, was a floor of perfectly clean, shining white sand, rippled firm and hard by the tides. Two greyish shapes steered there, like long, rounded pieces of wood or slate. They were fish. He saw them nose towards each other, poise motionless, make a dart forward, swerve off, and come around again. It was like a water dance. A few inches above them, the water sparkled as if sequins were dropping through it. Fish again — myriads of minute fish, the length of his fingernail, were drifting through the water, and in a moment he could feel the innumerable tiny touches of them against his limbs. It was like swimming in flaked silver. The great rock the big boys had swum through rose sheer out of the white sand, black, tufted lightly with greenish weed. He could see no gap in it. He swam down to its base.

Again and again he rose, took a big chestful of air, and went down. Again and again he groped over the surface of the rock, feeling it, almost hugging it in the desperate need to find the entrance. And then, once, while he was clinging to the black wall, his knees came up and he shot his feet out forward and they met no obstacle. He had found the hole.

He gained the surface, clambered about the stones that littered the barrier rock until he found a big one, and, with this in his arms, let himself down over the side of the rock. He dropped, with the weight, straight to the sandy floor. Clinging tight to the anchor of stone, he lay on his side and looked in under the dark shelf at the place where his feet had gone. He could see the hole. It was an irregular, dark gap, but he could not see deep into it. He let go of his anchor, clung with his hands to the edges of the hole, and tried to push himself in.

He got his head in, found his shoulders jammed, moved them in sidewise, and was inside as far as his waist. He could see nothing ahead. Something soft and clammy touched his mouth, he saw a dark frond moving against the greyish rock, and panic filled him. He thought of octopuses, of clinging weed. He pushed himself out backward and caught a glimpse, as he retreated, of a harmless tentacle of seaweed drifting in the mouth of the tunnel. But it was enough. He reached the sunlight, swam to shore, and lay on the diving rock. He looked down into the blue well of water. He knew he must find his way through that cave, or hole, or tunnel, and out the other side.

First, he thought, he must learn to control his breathing. He let himself down into the water with another big stone in his arms, so that he could lie effortlessly on the bottom of the sea. He counted. One, two, three. He counted steadily. He could hear the movement of blood in his chest. Fifty-one, fifty-two . . . . His chest was hurting. He let go of the rock and went up into the air. He saw that the sun was low. He rushed to the villa and found his mother at her supper. She said only "Did you enjoy yourself?" and he said "Yes."

All night, the boy dreamed of the water-filled cave in the rock, and as soon as breakfast was over he went to the hay.

That night, his nose bled badly. For hours he had been underwater, learning to hold his breath, and now he felt weak and dizzy. His mother said, "I shouldn't overdo things, darling, if I were you."

That day and the next, Jerry exercised his lungs as if everything, the whole of his life, all that he would become, depended upon it. And again his nose bled at night, and his mother insisted on his coming with her the next day. It was a torment to him to waste a day of his careful self-training, but he stayed with her on that other beach, which now seemed a place for small children, a place where his mother might lie safe in the sun. It was not his beach.

He did not ask for permission, on the following day, to go to his beach. He went, before his mother could consider the complicated rights and wrongs of the matter. A day's rest, he discovered, had improved his count by ten. The big boys had made the passage while he counted a hundred and sixty. He had been counting fast, in his fright. Probably now, if he tried, he could get through that long tunnel, but he was not going to try yet. A curious, most unchildlike persistence, a controlled impatience, made him wait. In the meantime, he lay underwater on the white sand, littered now by stones he had brought down from the upper air, and studied the entrance to the tunnel. He knew every jut and corner of it, as far as it was possible to see. It was as if he already felt its sharpness about his shoulders.

He sat by the clock in the villa, when his mother was not near, and checked his time. He was incredulous and then proud to find he could hold his breath without strain for two minutes. The words "two minutes", authorized by the clock, brought the adventure that was so necessary to him close.

In another four days, his mother said casually one morning, they must go home. On the day before they left, he would do it. He would do it if it killed him, he said defiantly to himself. But two days before they were to leave - a day of triumph when he increased his count by fifteen - his nose bled so badly that he turned dizzy and had to lie limply over the big rock like a bit of seaweed, watching the thick red blood flow on to the rock and trickle slowly down to the sea. He was frightened. Supposing he turned dizzy in the tunnel? Supposing he died there, trapped? Supposing — his head went around, in the hot sun, and he almost gave up. He thought he would return to the house and lie down, and next summer, perhaps, when he had another year's growth in him - then he would go through the hole.

But even after he had made the decision, or thought he had, he found himself sitting up on the rock and looking down into the water, and he knew that now, this moment when his nose had only just stopped bleeding, when his head was still sore and throbbing — this was the moment when he would try. If he did not do it now, he never would. He was trembling with fear that he would not go, and he was trembling with horror at that long, long tunnel under the rock, under the sea. Even in the open sunlight, the barrier rock seemed very wide and very heavy; tons of rock pressed down on where he would go. If he died there, he would lie until one day — perhaps not before next year — those big boys would swim into it and find it blocked.

He put on his goggles, fitted them tight, tested the vacuum. His hands were shaking. Then he chose the biggest stone he could carry and slipped over the edge of the rock until half of him was in the cool, enclosing water and half in the hot sun. He looked up once at the empty sky, filled his lungs once, twice, and then sank fast to the bottom with the stone. He let it go and began to count. He took the edges of the hole in his hands and drew himself into it, wriggling his shoulders in sidewise as he remembered he must, kicking himself along with his feet.

Soon he was clear inside. He was in a small rock-bound hole filled with yellowish-grey water. The water was pushing him up against the roof. The roof was sharp and pained his back. He pulled himself along with his hands — fast, fast — and used his legs as levers. His head knocked against something; a sharp pain dizzied him. Fifty, fifty-one, fifty-two . . . . He was without light, and the water seemed to press upon him with the weight of rock. Seventy-one, seventy-two . . . . There was no strain on his lungs. He felt like an inflated balloon, his lungs were so light and easy, but his head was pulsing.

He was being continually pressed against the sharp roof, which felt slimy as well as sharp. Again he thought of octopuses, and wondered if the tunnel might be filled with weed that could tangle him. He gave himself a panicky, convulsive kick forward, ducked his head, and swam. His feet and hands moved freely, as if in open water. The hole must have widened out. He thought he must be swimming fast, and he was frightened of banging his head if the tunnel narrowed.

A hundred, a hundred and one. . . The water paled. Victory filled him. His lungs were beginning to hurt. A few more strokes and he would be out. He was counting wildly; he said a hundred and fifteen, and then, a long time later, a hundred and fifteen again. The water was a clear jewel-green all around him. Then he saw, above his head, a crack running up through the rock. Sunlight was falling through it, showing the clean dark rock of the tunnel, a single mussel shell, and darkness ahead.

He was at the end of what he could do. He looked up at the crack as if it were filled with air and not water, as if he could put his mouth to it to draw in air. A hundred and fifteen, he heard himself say inside his head — but he had said that long ago. He must go on into the blackness ahead, or he would drown. His head was swelling, his lungs cracking. A hundred and fifteen, a hundred and fifteen pounded through his head, and he feebly clutched at rocks in the dark, pulling himself forward, leaving the brief space of sunlit water behind. He felt he was dying. He was no longer quite conscious. He struggled on in the darkness between lapses into unconsciousness. An immense, swelling pain filled his head, and then the darkness cracked with an explosion of green light. His hands, groping forward, met nothing, and his feet, kicking back, propelled him out into the open sea.

He drifted to the surface, his face turned up to the air. He was gasping like a fish. He felt he would sink now and drown; he could not swim the few feet back to the rock. Then he was clutching it and pulling himself up on it. He lay face down, gasping. He could see nothing but a red-veined, clotted dark. His eyes must have burst, he thought; they were full of blood. He tore off his goggles and a gout of blood went into the sea. His nose was bleeding, and the blood had filled the goggles.

He scooped up handfuls of water from the cool, salty sea, to splash on his face, and did not know whether it was blood or salt water he tasted. After a time, his heart quieted, his eyes cleared, and he sat up. He could see the local boys diving and playing half a mile away. He did not want them. He wanted nothing but to get back home and lie down.

In a short while, Jerry swam to shore and climbed slowly up the path to the villa. He flung himself on his bed and slept, waking at the sound of feet on the path outside. His mother was coming back. He rushed to the bathroom, thinking she must not see his face with bloodstains, or tearstains, on it. He carne out of the bathroom and met her as she walked into the villa, smiling, her eyes lighting up. "Have a nice morning?" she asked, laying her head on his warm brown shoulder a moment.

"Oh, yes, thank you," he said.

"You look a bit pale." And then, sharp and anxious. "How did you bang your head?"

"Oh, just banged it," he told her.

She looked at him closely. He was strained. His eyes were glazed-looking. She was worried. And then she said to herself, "Oh, don't fuss! Nothing can happen. He can swim like a fish."

They sat down to lunch together.

"Mummy," he said, "I can stay under water for two minutes — three minutes, at least."

It came bursting out of him.

"Can you, darling?" she said. "Well, I shouldn't overdo it. I don't think you ought to swim any more today."

She was ready for a battle of wills, but he gave in at once. It was no longer of the least importance to go to the bay. 
while he hooked his fingers round his ears and waggled them.

Qual o verdadeiro papel do Professor?


Ser professor possui inúmeros significados, há quem sonhe em ser professor pensando no ofício de ensinar, não parando para refletir os papéis que cabem a essa profissão.
 Na aula do dia 11/03/2010 pela manhã, iniciamos com reflexões acerca do papel do professor. Muitos termos foram ditos, dentre eles destaco alguns: "ensinar, educar, aprender, facilitar, entender, mediar, ser exemplo, ser autêntico, amigo, refletir, atualizar-se, cuidar, compreender e motivar..."
Um professor pode exercer todos esses papéis? Um de cada vez? Todos juntos? Como isso acontece? Pode alguém exercer essas multifunções dentro de uma sala com aproximadamente quarenta estudantes, com emoções, vidas e necessidades das mais variadas possíveis?
Colocando um pouco de teoria na discussão, a Professora Beth apresentou slides com o tema "Different views on the teacher´s role". Logo que vi esse título, comecei a pensar em qual dos perfis eu me encaixaria, que tipo de professora sou? Se é que posso chamar isso de classificação.
Conhecemos o profissional Lecturer, aquele professor que foca apenas no assunto, que domina muito bem. Esse profissional pode atuar em qualquer contexto educacional, não presta muito atenção na personalidade de seus estudantes. Não possui interesse em teoria ou em didática, sabe muito o conteúdo, mas pode acontecer de não saber transmiti-lo. Apresenta o conteúdo de forma bastante atraente.
O profissional Teacher é aquele que possui conhecimento do assunto e um estoque considerável de métodos pedagógicos necessários para serem usados em diferentes contextos, com os mais variados procedimentos e técnicas que busca em cursos, workshops, livros, artigos, sites e até com os colegas, o Teacher se apóia nesse estoque esquecendo-se de refletir e analisar se as condições são favoráveis para aplicação dessas atividades/técnicas. Ignorando faixa etária, público, ambiente, recursos... Geralmente, quando uma de suas técnicas não funciona em uma aula, a culpa é da sorte, o dia estava mau. O Teacher, sempre focado no assunto e nas abordagens sente-se desestimulado e desmotivado.
O profissional Facilitador é um pouco diferente dos dois anteriores, esse já está focado no indivíduo e no que ele é capaz de desenvolver pela aprendizagem. Acredita sempre que pode construir um ambiente seguro, favorável à aprendizagem. Procura sempre realizar um trabalho contínuo entre os professores que partilham da mesma visão. Esse profissional é autêntico, é genuíno, mostrando como é diante de seus alunos, dizendo o que aceita e o que não aceita, não é sempre sorriso, mas é sincero, mantendo contato visual com quem fala, atraindo respeito e atenção. Aceita seu aluno sem julgamento, respeita-o, dando relevância ao que ensina e percebe nas atitudes e posturas do aluno se a aula agrada ou não.
Já o profissional Mediador é o que foca na interação social, sempre possibilitando ao aluno alcançar novos conhecimentos, subir patamares, permitindo e provocando a mudança de nível. Proporciona situações para que o aluno aprenda em sociedade, seleciona estratégias que levam o aluno à autonomia.
Analisando os quatro perfis de professores, consigo ver um pouco de cada em mim. Quando comecei a lecionar, achava que aula era um show, onde todos os alunos sentados, calados ficariam me ouvindo falar, explicar a matéria, lendo para eles. Por mais que eu tenha sido aluna, havia esquecido que os estudantes andam, conversam, brincam, vivem, sofrem... A gente não imagina o que passa na cabeça dos pequenos enquanto estão ali sentados ou em pé durante a aula. O professor recém formado chega à escola sonhando, cheio de conteúdos, procurando abordagens que dão certo, querendo aulas de sucesso. Nem sempre as receitas prontas de aula dão certo, pessoas são únicas, e o que pode dar muito certo em uma turma, muitas vezes é um fracasso na outra. O bom mesmo é saber o conteúdo, conhecer técnicas diferentes, mas acima de tudo isso, focar no indivíduo, tentar entender o que ele pode desenvolver a partir da sua aula? Além disso, como fazer com que tudo isso seja trabalhado na interação com os outros?
Precisamos entender que o papel do professor é proporcionar essa interação do aluno com conhecimento, escola e mundo em que vive. Deixar de pensar que a escola é paralela ao mundo lá fora. Não devem existir fronteiras entre a escola e a sociedade. Enquanto existir esse muro, a educação será apenas uma utopia, suposições, o boi vai sempre babar e o Ivo ficará sempre vendo a uva.

Teóricos citados na aula:
Arnold,J. 1999. Affect in Language Learning. Cambridge, UK.Cambridge University Press.
Rogers, C. R.1969. Freedom to Learn.  Columbus, Ohio: Charles Merrill.
Williams, M & Burden,R.L.1997.Psychology for Language Teachers. Cambridge, UK.Cambridge University Press.
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